sábado, 22 de fevereiro de 2014

Roteiro da Semana - Croácia (Sail Croatia vs. Yacht Week)

Pra ser sincera, eu mal tinha ouvido falar da Croácia até uns três anos atrás. Eu sabia que era um dos "desmembrados" da União Soviética, que tinha passado por uma guerra recente e que a camisa da seleção de futebol parece uma toalha de mesa (inspirada no quadriculado da bandeira do país). O que eu não sabia era que a Croácia é um dos países mais interessantes da Europa, que a sua geografia faz dele um dos lugares mais deslumbrantes do continente e que a sua vida noturna bate de frente com a de qualquer país do oeste europeu - nem dá pra considerar a Croácia um país do leste! Ah, e também não sabia que os cães dálmatas eram croatas, oriundos da Dalmácia, olha que coisa?

Pois bem. De uns anos pra cá, a Croácia virou a nova Grécia, o destino "exótico e festeiro" que todo viajante paulista e carioca passou a comentar. Da noite pro dia, passei a ver em todo lugar fotos daquelas ilhas de nomes impronunciáveis cheias de história, com um mar azul-transparente que só o Adriático sabe ter e, principalmente, com gente transbordando alegria. E a tríade praias paradisíacas + festas à beira mar + construções históricas transformou o país na minha obsessão meta.  


Tudo azul: o fundo rochoso contribui para os tons de turquesa do (maravilhoso!) litoral croata.


A Croácia é um ótimo destino pra casados e solteiros e você pode conhecê-la por terra ou por mar. Como minhas amigas e eu queríamos conhecer a maior quantidade de ilhas possível, sem nos preocuparmos com deslocamento, optamos pelo mar. 

Sempre ouvimos falar numa opção chamada Yacht Week (http://www.theyachtweek.com/), na qual você reserva um barco pra você e pros seus amigos e passa uma semana velejando pela costa, comendo e dormindo no barco, na companhia de um capitão. Parece pacífico, mas não é: além do seu, outras dezenas de barcos com centenas de estrangeiros vão te acompanhando e, a cada ilha, a Yacht Week organiza uma festa. Se você não quiser passar suas horas em terra firme seguindo a programação da Yacht Week, não tem problema: o tempo livre é seu e você faz o que bem entender (portanto que esteja de volta no dia seguinte na hora combinada). 

Porém, na Yacht Week você é obrigado a fechar um barco, e como no ano que fomos (2013) o menor era pra seis pessoas e nós éramos cinco, ficaria muito caro. Então, conversando com uma amiga que tinha ido um ano antes, chegamos à empresa Sail Croatia (http://www.sail-croatia.com/). O esquema é parecido com o da Yacht Week, mas com algumas diferenças:


Custo médio considerando grupo de no mínimo 5 pessoas (na Yacht Week, barcos só de homens custam mais caro).


Apesar do conforto na Yacht Week ser maior (os barcos são BEM mais modernos), é mais caro do que a Sail Croatia. Além disso, pra um grupo pequeno como o nosso (três solteiras e duas "casadas"), foi ótimo termos ficado num barco com mais gente, é muito mais divertido: além de nós, tinham dez australianos e neo zelandeses (homens e mulheres), todos muito gente boa. Alguns foram com amigos e outros foram sozinhos, super disposição. 

Eu sou meio Pollyanna e vejo sempre o lado bom das coisas, então pra mim essa semana de Sail Croatia foi inesquecível, com zilhões de histórias pra contar, ri demais. Mas pra não dizer que tudo são flores, passamos por umas situações que, pra quem não tem o lado rasta aflorado, se tornam perrengues: o ar condicionado só funcionou duas vezes (o calor era de matar, haja cachaça pra conseguir dormir!), o banho era gelado e com aquela torneirinha que ficam do lado do vaso (sem chuveiro) e num dos trechos da viagem o barco sacudiu DEMAIS, quase todo mundo vomitou. Pra completar, no terceiro dia nós mulheres arrumamos uma confusão com o tarado do capitão, quase deu polícia. A sorte é que o ajudante do barco agiu muito bem e conseguiu colocar panos quentes, com o passar das horas todo mundo se acalmou e no final virou causo pra contar (mas claro que demos queixa oficial pra empresa, que mandou um representante por dia pra ver se tava tudo bem). 



Na foto de cima, o mapa da Croácia. Na debaixo, o roteiro que fizemos com a Sail Croatia.



COMO CHEGAR
BRASIL - EUROPA - BRASIL
Ninguém sai do Brasil pra ir só pra Croácia, o povo aproveita que já tá pagando passagem pra Europa e visita no mínimo mais um destino. No meu caso, antes de ir pra a Croácia passei por Barcelona e Ibiza e, depois, fui pra Berlim e Amsterdã. A minha ida e volta foi via Barcelona, com escala em Paris, pela Air France - uma das top 3 companhias que eu já voei, mas esse voo teve a pior turbulência que eu já passei na vida, haja Dramin! Custou USD 1.643 + USD 244 de taxas, em 5x sem juros (pra parcelar, é melhor fechar com agência de viagem em vez de comprar direto no site da companhia).

ESPANHA - CROÁCIA
Depois de três dias em Barcelona e três em Ibiza, escolhemos voar pela Vueling, uma low-fare espanhola que eu só fui conhecer quando fiz as pesquisas pra trip. Nosso barco saía de Split às 13h de um sábado e os únicos voos Ibiza-Split chegavam depois das 15h. Então, optamos por sair de Ibiza na sexta, chegar em Dubrovnik à noite e de lá pegar um ônibus pra Split, porque na sexta também não tinha voo pra Split que servisse pra gente. O voo Ibiza-Dubrovnik, com escala em Barcelona, custou EUR 209,73 já com os 19 euros a mais pra despachar uma mala de até 23kg. 

O voo atrasou em Ibiza, porque uma menina vomitou duas vezes antes do avião decolar - e claro que foi do lado do meu assento rs...Chegamos em Dubrovnik no limite, às 21h, e pegamos o último ônibus do dia pra Split! Foi tudo tão rápido que nem deu tempo de trocar euro por kuna, só o suficiente pra comprar a passagem de ônibus (como a Croácia tinha acabado de entrar pra União Européia, nós achamos que o euro seria aceito em qualquer lugar, ledo engano). 

Momento ousadia: chegamos em Split às 2h da manhã, sem reserva de hotel, porque não sabíamos se daria tempo de ir pra Split ou se dormiríamos em Dubrovnik. Achamos que seria tranquilo arrumar um quarto de hotel ou camas num hostel, segundo grande engano da noite. A cidade tava lotada e é cheia de ladeiras, não rola ficar procurando abrigo a pé no meio da madruga. Resultado: conhecemos uns santistas no meio da rua e, no ápice do cansaço, aceitamos dormir no chão da sala da casinha que eles alugaram. Sim, fomos loucas. Sim, eles também foram, porque nos acomodaram na casa e foram pra night, deixando passaporte, dinheiro, Go Pro etc tudo em cima da mesa da sala. No final das contas deu tudo certo, os meninos eram super gente boa e nem deram (tanto) em cima da gente rs, mas é claro que não repito uma doidera dessa e não recomendo pra ninguém.


Um pouquinho da alegria (e da loucura!) que foi a nossa semana de Sail Croatia, no verão europeu de 2013.
Esses borrões de bagunça na primeira e na segunda linha são as camas da nossa luxuosa cabine rs
E esse buraco na primeira linha é a escotilha do nosso banheiro, até que é bacana fazer xixi vendo o mar.


SAIL CROATIA (roteiro Split return)

Dia 1) Split - Hvar
Mal deu tempo de conhecer Split. Partimos às 13h em direção à Hvar, nosso destino mais esperado. Como em todos os dias, paramos no caminho pra um mergulho no meio do mar.
Resumo de Hvar: beleza e doidera, que lugar! Vá ver o pôr do sol no Hula Hula (http://www.hulahulahvar.com/) e faça pelo menos uma noitada no Carpe Diem (http://www.carpe-diem-hvar.com/). Ambos são carinhos, mas são dois programaços.

Dia 2) Hvar - Trstenik
O pico mais lindo e um dos mais impronunciáveis da viagem. É cheio de vinhedos e faz parte da rota napoleônica (eles se orgulham muito das duas coisas). Margeamos a pequena costa a pé e, no meio do mato, achamos uma escadinha que nos levou ao nosso secret spot: um deck de pedra no meio daquele mar divino, nadamos por ali um tempão. À noite, fomos de barquinho pra uma festa indicada pela Sail Croatia, o lugar não tem nome (ou o nome é tão impronunciável que eu não decorei). 

Dia 3) Trstenik - Dubrovnik
Dubrovnik está entre as 10 cidades mais medievais do mundo. Sua Old Town, uma estonteante cidade murada à beira-mar, é patrimônio da UNESCO. O passeio de bondinho até o topo do Mount Srd rendeu algumas das fotos mais lindas da nossa viagem, e o passeio guiado que fizemos pela Old Town nos ajudou a entender um pouco mais da história da Croácia - e a apreciar ainda mais o país. Quem gosta da noite (eu!), não pode deixar de ir no Club Revelin: ele fica dentro de um "castelo" / dentro de uma das construções da Old Town (http://www.clubrevelin.com/).

Dia 4) Dubrovnik - Mljet
Mljet (Magé, para os íntimos) não é um destino comum entre os brasileiros e foi a nossa passagem mais tranquila: foi o único lugar onde não fomos pra night, ficamos só bebendo num barzinho à beira do cais com o pessoal do nosso barco. Durante o dia, o Mljet National Park é a pedida (http://www.mljettravel.com/national-park.html). 


Em sentido horário: pôr do sol no Hula Hula, secret spot em Trstenik, parque em Mljet e a caminho da Revelin.


Dia 5) Mljet - Korcula 
Korcula (a letra C leva um acento que não tem no nosso alfabeto) é, supostamente, onde viveu o explorador Marco Polo, tem até uma casinha dele lá pros gringos vi$$$itarem. Em Korcula, vimos como os croatas adoram o pólo aquático (nada a ver com o Marco Polo, eu acho), pois a praia é cheia de traves pra prática do esporte - aliás, que praia! Nossa noite lá foi uma aventura: depois de bebericar no centrinho da ilha, tentamos uma festa de espuma muito falida e descobrimos uma super night no meio da floresta (http://www.boogie-jungle.com/). Teríamos ficado lá até de manhã, se uma amiga nossa não tivesse cortado o pé num vidro e jorrado sangue pela boate inteira rs Exageros à parte, o negócio foi sério e fomos parar no hospital levadas por um taxista que só falava croata ou alemão (esses momentos fazem valer meus dez anos de Colégio Cruzeiro, ich danke meinen lehrern)!

Dia 6) Korcula - Makarska
Eu amei Makarska! A cidade fica no pé das montanhas Biokovo (que dão um toque maravilhoso em todas as fotos), o centrinho é super medieval e a praia principal é exuberante e agitada na medida certa, cheia de barzinhos e restaurantes. À noite, tivemos uma festa temática e todos se fantasiaram de pirata ou capitão. Foi no Club Deep (http://www.deep.hr/), que fica dentro de uma caverna! Pra completar, as laricas de lá só perdem pras de Berlim, muito amor pelo kebab do cais! 

Dia 7) Makarska - Split
No aeroporto do Rio, encontrei a irmã de uma amiga que já tinha ido pra Croácia e ela foi no nosso mesmo voo. Papo vai, papo vem, ela nos indicou um parque nacional chamado Krka (R$100 pra quem conseguir pronunciar). Como nós já tínhamos passado algumas horas em Split na chegada e teríamos mais algumas horas no dia seguinte, decidimos alugar um carro e ir conhecer esse parque, que fica a menos de três horas de Split. Que dica certeira, o lugar é divino, a cachoeira é sem igual!!! À noite, fomos tomar os nossos drinks de despedida e, sem querer (juro que foi!), fomos parar na festona que a Yacht Week organizou no Vanilla Club (http://www.vanilla.hr/). 

Dia 8) Check out em Split
Deixamos nossas malas num dos muitos lockers que ficam à beira do porto (não lembro quanto foi, mas não achamos caro) e fomos margeando a costa até chegar à praia principal de Split. Fizemos hora pro nosso voo - que era só à noite - dormindo nas espreguiçadeiras, cinco defuntas exaustas (as espreguiçadeiras + guarda sol também são pagos, mas vale à pena se você for passar muitas horas na praia). Tomamos uma ducha de água doce num dos chuveiros da praia, comemos num dos restaurantes de lá e voltamos andando pro Centro, pra pegar um busão pro aeroporto (trocamos a roupa molhada entre os carros de um estacionamento rs).


Em sentido horário: night em Makarska, drink game ousado no barco, almoço em Split e a melhor dica ever (Krka).


DICAS GERAIS

  • A Sail Croatia vale muito a pena, não apenas por termos conhecido picos fora dos roteiros tradicionais, mas pelo estilo mais humilde de viagem e pela convivência com estrangeiros. Pra quem for viajar num grupo pequeno, é uma ótima opção. 
  • Os croatas foram aceitos na União Européia em julho de 2013, no mesmo mês em que fomos pra lá, então eles ainda não estavam estruturados pra aceitar euro. Pra completar, eles também não aceitam cartão de crédito em quase nenhum lugar, então tivemos que trocar euro por kuna várias vezes e gastamos muito mais dinheiro em espécie do que estávamos esperando. Não conte com o cartão de crédito. 
  • Como a maioria dos europeus, eles simpatizam muito com brasileiros. E amam futebol, é assunto fácil pra quebrar o gelo. 
  • São tarados por páprica. Eu amo, mas como é um tempero de gosto forte tem muita gente que não gosta. Antes de pedir uma comida, pergunte se ela é feita com páprica. 
  • Se tiver um tempinho a mais, faça algum dos passeios extras que são vendidos em tudo quanto é lugar: day tour em Zagreb, ou na Bósnia, ou em Montenegro, entre outros. 
  • Vá preparado(a) pra um calor tão forte quanto o do Brasil, ou pior. 




segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Do analógico ao smartphone: a aporrinhação que se tornou a Fotografia

Eu sempre curti muito tirar fotos. Fosse numa trip, numa reunião de amigos ou nos eventos de família, eu sempre tava lá com uma máquina na mão, cheia de disposição e cara de pau pra tirar foto de tudo e de todos. E melhor do que tirar as fotos, pra mim, era revelá-las. 

Quando as máquinas eram analógicas, eu aguardava ansiosa o filme acabar, pra poder levar pra revelação e ver as fotos pela primeira vez - na maioria das vezes a quantidade de fotos boas era menor do que a de fotos esquisitas, mas até isso era divertido. Quando a era digital chegou, a ansiedade diminuiu graças ao visor, já que agora podemos ver a imagem na hora e repetir uma mesma foto à exaustão, até chegarmos ao "clique perfeito" - ainda assim, eu fazia questão de selecionar as melhores fotos e levar pra revelação. Isso até o final de 2011.


Máquina analógica em Cabo Frio, digital na Austrália, iPhone em Angra e Go Pro na Croácia.

Outro dia me peguei pensando no por que de eu ter me desapaixonado por fotografia. Então, fui olhar a minha (enorme) gaveta de fotos e vi que não revelo uma desde 2011, mais de três anos - um recorde pra quem mal esperava o rolo de filme acabar e já ia revelar. Uns dias depois, esperando pra ser atendida na depilação rs, resolvi fuxicar o meu próprio Facebook e Instagram e percebi que o frenesi de fotos, marcações e curtidas começou a se intensificar no meio de 2012. Última foto revelada: final de 2011 / Facebook e Instagram bombando: 2012.

Essa proximidade de datas tinha que ter uma ligação, então fui pesquisar no Google. Foi aí que vi que o Instagram foi liberado para Android (sistema operacional mais popular) e vendido para o Facebook em Abril de 2012, ou seja: nunca foi tão fácil tirar, publicar, compartilhar e curtir zilhares de fotos pra zilhares de pessoas. É tanta foto "igual" que cansa, pra quem vê, pra quem posa e pra quem tira. 

Euzinha em NY: não curto selfies, mas essa trip que eu fiz sozinha me obrigou a tirar vários

Além disso, a cada ano a qualidade e as funcionalidades das câmeras estão cada vez melhores (cartões de memória quase infinitos, capas à prova d'água, resolução incrível, etc), sejam elas de smartphones ou não, então todo mundo pode dar uma de editor. Tirar foto deixou de ser uma ação isolada: agora é quase uma obrigação encher a foto de efeitos, escolher uma legenda bacaninha, dizer onde a foto foi tirada e compartilhar em quantas mídias sociais forem possíveis. Se o resultado desse circo todo tiver te deixado gatinho(a) e der a impressão de que você é uma pessoa descolada, melhor ainda (favor, ler esse parágrafo com um toque de ironia). 

Resumo da ópera: eu enchi o saco de tirar foto e, principalmente, de sair em foto. Se antes as fotos eram quase sagradas, porque registravam um momento único e especial, hoje em dia elas parecem servir pra autopromoção em vez de recordação. Acho bem chato quando viajo com uma galera e tem sempre alguém querendo parar pra tirar foto de determinada paisagem, monumento, etc e todas as outras pessoas acham uma boa ideia tirar a mesma foto - quando chega a minha vez, já to achando tudo tão sem graça que eu saio na foto com a maior cara de bunda. Pior do que isso, é aquela história de "deixa eu ver como a foto ficou", e se não ficou boa (o que é super subjetivo), o "fotógrafo" é obrigado a tirar outra(s). Isso explica bastante o por que de eu não ter tantas fotos hoje em dia.

Doze anos depois: em julho de 2013 reproduzi a mesma foto que tirei em julho de 2001
Claro que eu ainda acho fotografia maravilhoso e nunca vou deixar de registrar os melhores momentos das minhas viagens, mas eu tenho uma regra de não tirar mais de uma foto num mesmo lugar nem ficar olhando o visor da máquina / a tela do celular. Outra coisa que me ajuda é tentar dar um "sentido" às fotos, sejam eles divertidos (como nessa montagem de Berlim acima) ou mais sérios (por exemplo, na próxima vez que eu for para o Oriente vou querer registrar o lifestyle dos locais, em vez de o meu corpitcho na frente de um templo qualquer). Além disso, Instagram e Facebook pra mim são meros hobbies, totalmente dispensáveis numa trip. 

E você, conseguiria viajar sem tirar uma fotinho sequer?

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Roteiro da Semana - Barra Grande, Bahia (Brasil)

Barra Grande (BG pros íntimos) é maravilhosa. Agrada desde Hucks&Angélicas, empresários e top models, até pseudo roots como eu - e roots de verdade, tem de tudo. Decidi passar o reveillón desse ano lá em cima da hora, então não deu pra economizar com passagem e hospedagem (moro no Rio, então pesquisei voos via Galeão e Santos Dumont). Mas comparando com o que eu vi e com o que me contaram, até que mandei bem. 


Península de Maraú: paraíso baiano com praias, ilhas e atrações pra todos os gostos.

Me deram várias dicas antes de eu ir e as que me salvaram foram essas:

COMO CHEGAR
SE FOR DE AVIÃO
a) Via Salvador (SSA)
I) Tem quem ache que vale a pena economizar na passagem e ir via SSA, e lá alugar um carro ou pagar por um transfer pra BG. Não cai nessa, o custo-benefício não compensa. Por exemplo, algumas amigas que optaram por isso tiveram que dormir duas noites em SSA, outras mudaram a passagem pra Ilhéus e pagaram pela remarcação e outras tiveram que pagar caro no transfer, porque o carro quebrou (é muito tenso circular de carro por BG, lá não tem asfalto nem paralelepípedo, é só terra e areia). 

II) Pra efeito de comparação: as minhas amigas que pagaram mais barato na passagem via SSA pagaram R$700 (ida e volta + taxas) e o mais caro foi R$1.100 (ida e volta + taxas). Claro que os preços variam de acordo com a época da viagem e da compra.  

III) O transfer de SSA pra BG demora 6 horas e custa de R$600 a R$700 pra duas pessoas. 

b) Via Ilhéus
I) Meu voo foi via Ilhéus. Não tem voo direto, então demora um dia inteiro pra chegar, e é mais caro do que ir via SSA (paguei R$1.800 ida e volta + taxas). Ainda assim, achei que valeu MUITO a pena. Fora que acabei adiando a minha volta de domingo pra uma quarta-feira e ganhei R$340 de bônus da Avianca.

II) De Ilhéus você tem duas opções: 
- Fechar um transfer pra te deixar na porta da sua pousada em BG (foi minha opção). Custa cerca de R$90 por pessoa, mas valeu a pena, porque não conhecíamos nada lá e já tava de noite quando chegamos. Demora umas duas horas Ilhéus-BG sacudindo à beça, tenha Dramin à mão se você costuma enjoar. 

- Pegar um táxi no aeroporto ou fechar um transfer pra te deixar em Camamu (é o que todos os motoristas preferem, nenhum gosta de entrar em BG). Lá em Camamu, tem vários barcos que te deixam em BG. Demora uma hora de carro Ilhéus-Camamu e meia hora de barco Camamu-BG. O táxi/transfer custa uns R$50 por pessoa e o barco custa uns R$20.

Obs: Dos meus 13 dias de viagem, passei dois no Universo Paralello, na praia de Pratigi (fui de barco). Quando o festival acabou, voltei pra BG de carona com uns amigos. Nós fomos até Camamu, estacionamos o carro lá (R$15 a diária) e pegamos um barquinho pra BG. Eu achei muito tranquilo e tem muitas opções de barcos, mas não optamos por isso na ida de Ilhéus pra BG, porque não sabíamos como era: ficamos com medo de chegar lá e não ter barco, e até agora eu não sei como é o esquema pra quem chega em Camamu à noite.

Em sentido horário: Porto de Camamu, Píer de Barra Grande, Aeroporto de Salvador e Aeroporto de Ilhéus

SE FOR DE CARRO
I) Se for de carro, toma MUITO cuidado. Se chover, você vai atolar. Se tiver seco, você vai atolar. Se tiver sorte, você vai conseguir desatolar e sair com o carro ileso. Fora que as estradas da Bahia são muito ruins, perigosas em todos os sentidos. 

II) Se você for ficar em Algodões ou Taipu - se solteiro(a) e com pouca grana, não faça isso com você -, não inventa de querer ir de carro pro Centro! Encara uma jardineira (pau de arara) que é mais garantido. No máximo, é uns R$15 por trecho/por pessoa. 

III) Se for ficar em Bombaça (evite), 3 Coqueiros, Ponta do Mutá ou Centro (tops!), só saia de carro pra ir embora da cidade. BG não foi feita pra carro, ainda bem. 

SE FOR DE BUSÃO 
I) Não conheço ninguém que foi. Mas se você for, é só decidir se vai ser via Ilhéus ou Camamu, e aí seguir as dicas de transfer acima. 

Obs: Eu orcei todos os transfers com os contatos desse site (http://www.barragrande.net/). Todas as minhas amigas e eu fechamos com o Gildmar. Pela internet, é difícil negociar. Ao vivo, negociando, todos os preços variam MUITO na Bahia rs 

Pesquisamos no Decolar.com, no Submarino Viagens e nos sites das companhias Gol, TAM e Avianca

HOSPEDAGEM
I) Centro, 3 Coqueiros e Ponta do Mutá, esses são os picos pra se hospedar! Perto de tudo: bares, restaurantes, nights e praias. Taipu é linda (principalmente na maré seca) e Algodões tem o Tikal, mas pra se hospedar é Centro, 3 Coqueiros ou Ponta do Mutá.   

II) Só vale ficar em Algodões ou Taipu (de Dentro ou de Fora) quem é magnata e tem mansão com empregado, helicóptero, motorista etc. Uns amigos (casais) alugaram casa em Taipu e, apesar de terem gostado, passaram vários perrengues com o carro: atolou várias vezes, quebrou, pegou fogo. Resultado: tiveram que perder um dia em função do reboque. 

III) Fiquei nessa pousada e recomendo (http://www.pousadapaneladebarro.com.br/). É do Seu Luís e da Gil, um casal figuraça. Ela é bem simples, mas tem café da manhã, água quente e ar condicionado, então pra mim já é mansão. Fica em 3 Coqueiros: uns 10 minutos a pé até a night mais próxima e mais uns 5 minutos até o Centro. E a 10 minutos da divina Ponta do Mutá, que lugar, que pôr do sol!

IV) Pagamos R$4.500 por 7 diárias em 2 quartos triplos, com café incluído, quartinho limpo todo dia. Ou seja: R$ 750 por pessoa. Se negociar, ele deixa pôr um colchão extra, mas os quartos são pequenos, fica desconfortável. Pra comparar: minhas amigas que alugaram casas (afastadas) pagaram entre R$900 e R$1.300 por pessoa (entre 7 e 10 dias), cabendo umas 10 pessoas por casa.

V) Vale a pena orçar pousadas no Centro, porque tem muito mais opção de bar e restaurante por perto. Conheço quem ficou nessas aqui e recomendam:


Mas qualquer pousada desse link é confiável:  

Simples ou sofisticadas, as pousadas em Barra Grande tem um ponto em comum: o conforto

PASSEIOS, PRAIAS, BARES, RESTAURANTES, NOITE
Barco pelas ilhas
I) Perto do píer, tem umas empresas que fecham passeio pelas ilhas da região. Vale MUITO mais a pena fechar um barco só pra sua galera. Custa uns R$30 por pessoa e você pode levar isopor com gelo e sua própria bebida. Se fizer esse passeio, não cai no papo de almoçar nos restaurante das ilhas! Deixa pra almoçar na volta, em BG mesmo. Em BG já é tudo bem devagar, mas nas ilhas é demorado DEMAIS e a comida nem é uma maravilha. 

II) Se você nunca foi pra Morro de São Paulo, Boipeba ou Tremembé, e tiver com tempo e um dindin sobrando, vale muito a pena conhecer (mas são passeios de um dia inteiro). 

Praias e bares
I) Vá ver um pôr do sol no Bar da Rô. Lá não é barato e tem que dar uma andada, mas é lindo, no encontro do mar com o rio. Se rolar alguma night lá, vê se você gosta do tipo de música e tenta ir (vá de mototáxi, tem vários saindo do Centro). 

II) Vá ver pelo menos um pôr do sol na Ponta do Mutá (maravilhoso, praia delicinha, com várias sombras e quiosques). 

III) Vá pra Taipu de Fora no horário da maré seca, pras piscinas de corais aparecerem. Eu não fui nos melhores horários, mas ainda assim valeu a pena. E tem vários restaurantes e quiosques pela praia. 

IV) Vá conhecer o Tikal (Algodões), seja pra tomar uma birita num sunset ou pra curtir uma night mesmo. Em ambos os casos, vá de sunga/bíquini por baixo e já fecha uma jardineira na sua pousada, ida e volta (voltar de lá à noite é puro perrengue). 

Restaurantes
I) Eu não lembro o nome de nenhum restaurante, no geral é tudo tão bom e os preços são parecidos rs No píer, olhando em direção ao Centro, tem um ótimo do lado direito (logo na saída do píer). O restaurante da Panela de Barro (pousada) é ótimo também.

II) Comemos duas vezes num mesmo PF lá no Centro, mas não recomendo, nem sei por que fomos parar lá (acho que foram os incontáveis dias de bebedeira sem dormir, fiquei meio burra). Vale a pena tomar um café bom, beliscar qualquer coisa durante o dia (eles são tarados por queijo coalho) e comer um belo dum almojanta. 

III) Muito importante: estoca biscoito e água no quarto, eles são ruins de larica à beça, é muito difícil arrumar comida de madrugada. 

Nights
I) Nossa descoberta (ninguém falou dela pra gente) e nossa paixão: Santo Forte

Um bar com música ao vivo, wi-fi liberado rs, Stella gelada (em BG é difícil arrumar cerveja sem ser Skol, Itaipava ou Nova Schin). Mulher desenrola a entrada por R$10 ou R$15 (seco). Cada dia tem um ritmo, que varia de samba e MPB até rock e jazz. Amamos todos os dias, eu fui umas três vezes e as minhas amigas umas cinco. 

II) Uma alternativa ao Santo Forte: Café do Mar

Fica do lado, quase grudado com o Santo Forte. Falaram à beça de lá pra gente, mas no único dia que fomos foi meio decepcionante. É uns R$30 seco e a bebida é carinha, só vai se for uma galera ou se tiver cheio (pela porta dá pra perceber). 

III) Café de la Musique 

Tinha tudo pra ser O pico, mas não conheço ninguém que curtiu muito (e olha que no meu grupo tem desde bicho-grilo até patricinha, brasileiros e gringos). Bem caro, bebida quente, fila pra tudo, cheio e um breu, papo de pegar o próprio irmão de tão escuro que é. Mas fica na areia, quase dentro do mar, é meio gostoso. Nos últimos dias, os falidos (eu!) davam uma passada e bebiam na porta, aproveitando a música que vem de dentro rs Mas como tudo vale a pena quando a alma não é pequena, vá lá um dia pra conhecer.

IV) Tikal

Vale muito a pena conhecer, o lugar é uma delícia! Eu só fui pro reveillón e fiquei com preguiça de ir de novo (é BEM longe e perrengue pra voltar pro Centro), mas se não fosse pelo reveillón eu ia dar um jeito de ir lá. As minhas amigas foram pra um sunset, se amarraram (e não passaram perrengue pra voltar, porque marcaram uma jardineira na pousada). 

Obs: Aluga um quadriciclo, pelo menos um dia, dá pra duas pessoas andarem. Custa até R$250 a diária, é pura diversão e a melhor forma de conhecer BG. Num dia só, fizemos: Taipu de Fora, Lagoa do Cassange, Ponta do Mutá e Bar da Rô.

Fervo: apesar de ser um local de difícil acesso, Barra Grande tem uma vida noturna agitada e variada

DICAS GERAIS
I) Celular pega mal e porcamente, qualquer operadora. Vivo pega mais ou menos em alguns lugares: perto do píer, perto do Bar da Rô, em alguns pontos da praia, às vezes dentro de algumas pousadas. Não conta com celular pra nada e aproveita os lugares com wi-fi. 

II) Com todo respeito aos baianos - um dos povos mais simpáticos e bem humorados que eu já conheci -, mas aquela lenda urbana de que eles são devagar-quase-parando não é tão lenda assim rs Pra acelerados como eu, passar um tempo na Bahia é um aprendizado de calma e tolerância. São tantas histórias que não cabem num post só, mas pra não se chatear é só ficar ligado(a): pedir comida antes de sentir fome, chegar antes do horário marcado pra tudo e evitar fechar qualquer coisa com a Princesinha (empresa de barcos), porque tem um surtado que marcou e furou programa com todo mundo que eu conheço, quase não fui pro Universo Paralello por causa dele. 

III) Pra aquelas que curtem um salto, uma dica valiosa: nem rasteirinha rola em BG. O chão é 100% terra ou areia fofa, até na night (menos no Santo Forte). Arrebentei a minha rasteira na primeira noite, até o reveillón passei de Havaiana (levei uma só, eu deveria ter deixado a rasteira no Rio e levado duas Havaianas). 

IV) À noite é super escuro (você vai babar com o céu!). Pode dar um medinho ir e voltar da night, cheio de breu e morcego maluco voando, mas lá é muito tranquilo. Use e abuse da lanterna do celular, vai precisar. 

V) Last but not least: quase nenhum lugar aceita cartão (de crédito ou débito) e não existe caixa eletrônico em Barra Grande, de nenhum banco. Ou seja: leve todo o seu dinheiro em espécie! Apesar de não ser o recomendado na maioria das viagens, é melhor prevenir do que chegar lá e ter que ficar trancado na pousada por não ter dinheiro pra fazer nada. 

S2 SUL DA BAHIA S2

Acho que é isso, escrevi pouquinho rs...Resumi duas semanas de viagem num post, to aqui quase chorando de nostalgia! Eu fiquei esse tempo todo, porque fui pro Universo Paralello (sensacional) e passei um dia em Itacaré (maravilhoso, foi minha segunda vez lá). Mas em BG mesmo fiquei 10 dias, tá ótimo! Dá pra ficar menos, mas você vai querer ficar mais ;)


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Roteiro da Semana

O que eu mais gosto de fazer na vida é viajar - a trip pode ser pro outro lado do mundo ou pra Búzios-Quintal-de-Casa, dá no mesmo. A segunda coisa que eu mais gosto é falar. Juntando a fome com a vontade de comer, pra mim é um prazer enorme conversar sobre viagens.

E como eu tenho uma paciência de Jó pra escrever, não é raro algum(a) amigo(a) me pedir dicas e roteiros dos lugares que eu já fui. O mais recente que eu fiz é sobre Barra Grande, na Península de Maraú, na Bahia. Como a viagem tá muito fresquinha (passei o Reveillón desse ano lá), esse vai ser o primeiro Roteiro da Semana e vou publicá-lo amanhã.


Sem filtro: foto que tirei no fim de 2013 em Barra Grande, onde o pôr do sol é uma das atrações. 


Claro que gosto é uma coisa pessoal, e o sucesso de uma viagem depende muito da equação "expectativa X realidade". Além disso, o que é imperdível pra mim pode ser totalmente dispensável pra você, o que você acha barato eu posso achar o olho da cara, o que eu considero confortável pode parecer dica de hippie pra alguém mais exigente. Então, acho muito importante dar uma pesquisada sobre o lugar, o povo, as furadas e as atrações de cada lugar antes de viajar, mesmo que o roteiro tenha sido feito pelo seu melhor amigo ou alguém com os gostos parecidos com os seus.


Quem nunca passou por uma (ou todas!) dessas situações, atire a primeira pedra.
Brincadeira à parte, toda viagem tem tudo pra ser maravilhosa se você está bem disposto(a), bem humorado(a) e preparado(a) pra enfrentar imprevistos - porque sim, eles acontecem, e um pouco de organização nos ajuda a tirar eles de letra. 


O mais difícil na vida é começar...

..então vamos pelo básico!

Meu nome é Andressa, sou carioca e faço 28 anos daqui a 33 dias. Sou formada em Jornalismo e Publicidade pela PUC-Rio e já trabalhei nas duas áreas. Atualmente, to envolvida no projeto de um centro de convenções que vai ser inaugurado na Zona Sul do Rio no segundo semestre desse ano, mais notícias em breve!

Enquanto as obras não começam, vou aproveitar pra colocar em prática uma ideia que eu tenho há anos: botar "no papel" as dicas e os causos das minhas viagens. Eu sou nova, mas já rodei bastante (entenda como quiser rs): Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Malásia, Tailândia, Indonésia, Argentina, Chile, México, Espanha, Alemanha e Croácia são alguns dos países que eu já visitei. E já andei bem por esse Brasilzão maravilha de Deus!

Primeira linha (esquerda para direita): Capetown, Punta del Este, Los Angeles, Lake Tahoe e Ko Phi Phi.
Segunda linha (esquerda para direita): Bali, Kuala Lumpur, Franz Joseph Glacier, Buenos Aires, Chichen Itzá e Berlim.
Terceira linha (esquerda para direita): Nova York, Valle Nevado, Barcelona, Whitsunday e Amsterdã.
Última linha (esquerda para direita): Paris, Dubrovnik, Londres, Disney e Barra Grande.
Impossível dizer de qual lugar eu mais gostei, ou qual deles é o mais bonito ou mais interessante. Cada cidade, ilha, resort e povo tem suas próprias peculiaridades, e é isso o que torna viajar o verbo mais delicioso de conjugar. E claro, nenhuma das minhas trips teria sido a mesma sem cada amigo(a), namorado ou parente que me acompanhou - porque viajar sozinha tem suas muitas vantagens, mas a felicidade só é real quando compartilhada.

Cena de "Na Natureza Selvagem" (2007): um must see pra quem já quis chutar tudo pro alto e correr o mundo.