Eu e meu namorado estávamos querendo uma viagem para o Carnaval, mas já estávamos em Janeiro e nada...Tive a ideia de pegar aqueles cruzeiros que saem de Miami e passam pelo Caribe, comecei a pesquisar e me animei muito quando vi que alguns deles passavam pela Jamaica, achei totalmente diferente e fiquei com muita vontade de ir. Fiz uma pesquisa na internet e achei um roteiro maravilhoso (http://www.viajarpelomundo.com/2013/03/o-melhor-da-jamaica.html), com fotos lindas, ótimas dicas e vi que pouca gente conhecia o lugar...aí pronto! Coloquei na cabeça que o nosso destino seria a Jamaica e consegui convencer meu boy rapidinho com o roteiro citado acima!
Acabamos reservando 5 noites no Hotel Rooms on the Beach em Ocho Rios (http://www.roomsresorts.com/ocho-rios.asp) e alugando um carro com GPS. Lá vai a primeira dica: se você quiser conhecer bem a Jamaica, alugue um carro com GPS e pé na estrada! Nós reparamos que os pontos turísticos são sempre muito vazios e ficamos sabendo que existe uma “lavagem cerebral” nos resorts all inclusive para as pessoas não saírem e fazerem só os passeios oferecidos pelo hotel...Não caia nessa: a Jamaica é linda e cheia de belezas naturais, explore sem moderação ;)
Mapa da Jamaica: em azul, o traçado do roteiro que a Di fez com o namorado |
DIA 1
Chegamos por Kingston (vôo da American Airlines com escala em Miami), no nosso roteiro já estava previsto ir direto para o Bob Marley Museum (http://www.bobmarleymuseum.com/), dedicado ao músico de reggae Bob Marley. Localiza-se no número 56 da Hope Road, Kingston 6, e é a antiga residência do cantor. Foi também a sede da gravadora Tuff Gong, fundada pelo grupo de Marley, The Wailers, em 1970. Foi nesta casa que, em 1976, ocorreu uma tentativa frustrada de assassinato a Bob Marley. Aberto de segunda a sábado, de 9:30 às 17h.
Gostei do museu, achei bem legal as informações e tal. Porém, se pudesse voltar ao tempo, não teria chegado por Kingston - uma cidade feia e um pouco assustadora -, a melhor opção seria ter chegado por Montego Bay. Então lá vai a segunda dica: ir para Kingston só se quiser muito conhecer, pois eu não curti muito não...
Saímos do museu umas 16h e pouco e fomos direto para Ocho Rios. A estrada é super chatinha, cheia de buracos e curvas, acabamos até perdendo nossa calota no meio do caminho. A mão é inglesa, então é muito importante atenção na direção - o Gui dirigiu o tempo todo e disse que demorou uns dois dias para acostumar. Fique atento com a velocidade permitida, pois há (não muitos) radares móveis na estrada e a multa é de USD 50, caso ultrapasse o limite. Chegamos no hotel Rooms on the Beach e já estava noite, acredito que foram umas 2h e meia de viagem. Chegamos mortos da silva e dormimos.
Fachada do Bob Marley Museum, em Kingston: atração turística mais popular da cidade |
DIA 2
Acordamos super cedinho, tomamos café no hotel (o café da manha não era muito bom não) e pegamos a estrada para a Frenchman's Cove, passando pela cidade de Port Antonio, mais ou menos uns 100 quilômetros de Ocho Rios. É uma cidadezinha que ficou conhecida através do ator Errol Flynn (seu iate encalhou por lá e ele se encantou pelo local). Ficamos sabendo que na época muitos milionários construíram casas lá, porem, a nossa impressão é que o lugar está um pouco descuidado. Vimos uma marina, mas não conseguimos parar pelo tempo corrido, mas li que é legal parar para tomar um café ou drink.
Chegamos a Frenchman's Cove e ficamos complemente embasbacados (sério!), que lugar maravilhoso! Acho que é uma das praias mais lindas da Jamaica, esse passeio é imperdível! Para ficar mais perfeito, como é um pouco longe, a praia fica super vazia. Essa praia é paga, foi USD 10 cada um, mas vale cada centavo. Uma informação que sempre agrada é que lá tem Wi-Fi liberado.
Frenchman's Cove: pelas fotos acima, dá para entender por que a Di e o Gui ficaram tão encantados pelo lugar |
Depois, fomos para a Blue Lagoon, poucos quilômetros após a Frechman´s Cove. Fizemos um passeio de barco que deu a volta na Monkey Island (o barqueiro ofereceu de ficarmos um pouco na ilha, mas como estávamos com pressa e o tempo estava meio fechado, resolvemos ir direto). Gostei do passeio, você consegue ver quanto estrago os furacões que passam pela Jamaica fazem, várias casas totalmente destruídas e alguns troncos de árvores enormes debaixo da lagoa (o passeio foi USD 30 o casal).
Blue Lagoon: um dos locais mais afetados pelos furacões que assolam a Jamaica |
Estamos indo rumo a Reach Falls, quando nos deparamos com uma praia linda, com a água azul clarinha - eu levei até um susto, do nada aquela praia maravilhosa com aquele tom de azul do mar do caribe! A Boston Beach merece uma paradinha pra tirar uma foto e dar um mergulho, li que esta praia é uma das poucas da Jamaica que tem onda, então é bem procurada pelos surfistas.
Boston Beach: uma das poucas praias da Jamaica onde é possível praticar o surfe |
Continuamos na estrada e finalmente chegamos a Reach Falls (eu até estava nervosa, não chegava nunca). Na entrada, já vieram uns maconheiros se oferecendo para ser guia da cachoeira rs, mas ficamos um pouco assustados e seguimos em frente - quando chegamos lá, descobrimos que precisa pagar USD 10 para entrar e tem guia para acompanhar.
Quando entramos na cachoeira, levamos outro susto: a cachoeira é linda demais e a água tem uma cor que eu nunca vi em cachoeira, um azul escuro. Alugamos os sapatos de borracha que são obrigatórios (se tiver mais de uma cachoeira em seu roteiro, compre esses sapatos, pois senão precisa ficar alugando, então vale mais comprar, é USD10). O nosso guia era muito gente boa, o Curt, ele foi subindo com a gente na cachoeira e pegou minha máquina, tirou altas fotos. Nós simplesmente amamos a Reach Falls, imperdível!
Os tons de azul da Reach Falls |
Na volta, paramos na Somerset Falls, uma cachoeira/parque que fica no caminho de volta para Ocho Rios - para quem tinha acabado de ir na Reach Falls, ela não impressiona muito. Chegamos no final do dia e não tinha mais ninguém, mas contaram que o parque vive cheio de turistas. Na Somerset também precisa pagar USD 10 para entrar, então já sabe: só vai se tiver passando por lá, eu não achei nada demais. Se decidir ir, fique atento ao horário, nós quase não conseguimos entrar, pois o parque fecha às 17h (e abre às 9h).
Somerset Falls: segundo a Di, para quem passou pela Reach Falls, a Somerset não impressiona |
Depois de um dia cheio, voltamos para o hotel e decidimos procurar um lugar para jantar a comida típica da Jamaica. Pegamos indicação com um funcionário do hotel, que nos sugeriu o Mom’s (http://www.tripadvisor.com.br/Restaurant_Review-g147312-d1051387-Reviews-Mom_s-Ocho_Rios_Saint_Ann_Parish_Jamaica.html), a 150 metros do hotel. Mais uma dica: em Ocho Rios, não aconselhamos sair à noite. Por ser o lado menos visitado da ilha, éramos praticamente os únicos turistas na rua. Fomos “manipulados” a pagar USD 10 para um jamaicano que nos obrigou a deixá-lo nos acompanhar até o restaurante - no caminho, mais dois sujeitos estranhos estavam caminhando conosco. Sobre a comida, entendemos por que vemos tantas cabras e cabritos nas ruas: trata-se de um dos pratos principais. Fora o animal, o molho “jerk”, um molho apimentado, é encontrado em qualquer restaurante.
DIA 3
Mais uma vez, repetimos nosso ritual: acordamos bem cedinho, tomamos café e pé na estrada. A primeira parada do dia foi na Dunn's River Falls (horário: 8:30 AM-4:00PM), uma cachoeira imperdível, bem próxima do hotel. A entrada no parque custa USD 20 e é importante separar mais USD 20 para o guia e seu ajudante. O interessante nesse ponto, além da beleza natural das quedas d'água que terminam numa linda praia, é como desbravamos o local. É necessário os sapatos de borrachas, que são alugados por USD 7. Após juntar um grupo de pessoas, os guias levam para o final da cachoeira e começamos a subi-la como uma trilha. Na saída, tem algumas vendinhas para quem quiser comprar lembranças da ilha.
Nas fotos acima, a Di e o Gui curtindo as quedas d'água da Dunn's River Falls |
Depois de malhar as pernas na subida da cachoeira, chegou o momento de relaxar. Pegamos nosso super carro em direção a James Bond Beach, uma linda praia deserta a cerca de 20 minutos dali. Seu nome vem do fato de ter servido como fonte de inspiração para Fleming escrever as estórias de James Bond. Hoje, a casa onde ele morou faz parte do hotel Goldeneye e só pode ser vista de barco. A entrada custa USD 10 e a praia possui um bar com pessoas bem simpáticas. Ficamos um bom tempo na praia bebendo algumas Red Stripes (cerveja produzida na Jamaica) e curtindo a paz do ambiente e sua água cristalina.
3x James Bond Beach: praia que serviu de inspiração para Ian Fleming escrever as histórias de James Bond |
Nosso planejamento era sair ainda com dia claro para conhecer o Blue Hole de Ocho Rios, mas fizemos amizade com uma senhora americana, casada com um jamaicano, que nos convidou para ver o nascimento das tartarugas que aconteceria numa praia ao lado no fim daquela tarde. Dessa vez, podemos dizer que tivemos bastante sorte e conhecemos o líder desse projeto - um inglês que, com muito trabalho, vem diminuindo a taxa de extinção desses répteis. Resolvemos acordar um pouco mais cedo no dia seguinte para visitar o Blue Hole.
Sorte de viajante: eles foram convidados por uma americana para conhecer um projeto de proteção a tartarugas |
Voltamos para o hotel com o dia já escuro, tomamos um banho e partimos para um passeio no mínimo inusitado. No caminho de Montego Bay, a 64 km de Ocho Rios, encontra-se um restaurante chamado Glistening Waters Restaurant (http://www.glisteningwaters.com/).Além do jantar, o restaurante oferece um passeio de barco que nos levou em um ponto onde a água era luminosa. Isso mesmo, a água brilha com um simples movimento de um peixe. A intrigante cena acontece em apenas quatro lugares do mundo e é efeito de plânctons existentes no local, que absorvem a luz solar e soltam essa energia quando movimentados. Levem roupa de banho, pois você pode mergulhar e sentir com o próprio corpo. Pode-se levar também uma garrafa para coletar um pouco dessa água, que colocada na luz solar volta a energizar os plânctons por mais alguns dias. O ideal é aproveitar a ida ao restaurante para mudar de cidade. No caso, não nos programamos e voltamos para Ocho Rios.
DIA 4
O 4° dia foi o que mudamos de hotel, pois decidimos passar a noite em Negril, ponta esquerda da ilha e 178 km distante de Ocho Rios. No caminho, passaríamos por Montego Bay, outra cidade famosa. Acordamos um pouco mais cedo que de costume, uma vez que deixamos uma das atrações de lado no dia anterior. Café tomado e mala arrumada, partimos em direção ao Blue Hole de Ochos Rios. O local é um pouco difícil de encontrar, mas não é muito distante da cidade. O ideal é perguntar para as pessoas sobre um lugar chamado “Lodge” e, mais próximo, eles saberão informar exatamente onde é o Hole. Indicamos fortemente a ida nesse ponto, pois trata-se de um lugar pouquíssimo visitado por turistas, com uma beleza natural incrível. Como estávamos com pressa e iríamos pegar uma longa estrada, preferimos não mergulhar, mas vontade não faltou.
Mais uma atração próxima a Ocho Rios, o Blue Hole |
Seguimos viagem para Negril e fizemos nossa parada para comer em Montego Bay. Unimos o útil ao agradável e aproveitamos para conhecer o badalado restaurante Margaritaville, um “restaurante” onde você pode aproveitar 52 sabores de margaritas, almoçar e ainda curtir as atrações de diversão do restaurante. No ultimo andar, você pode descer em um toboágua que te arremessa diretamente nas águas do Caribe. Dali você pode nadar para outros “brinquedos” que ficam no mar disponíveis.
No Margaritaville, dá pra juntar o útil ao agradável: comida, bebida e diversão |
A partir de Montego Bay, você irá sentir uma diferença na atmosfera dos locais. Nessa parte da ilha já pode-se ver uma quantidade bem maior de turistas, e as cidades estão mais preparadas para recebê-los. Após um almoço divertido, seguimos viagem para Negril. Chegamos lá, fechamos um hotel na beira da praia e resolvemos ir direto conhecer o balado Rick's Café, um bar com um clima bem bacana, conhecido por seu pôr do sol exuberante.
Chegamos lá e o local comprovou sua fama. Pedimos nossas Red Stripes e ficamos admirando a beleza do local a cada gole. A cor do mar e as rochas sobre as quais o bar está situado deixam qualquer um de boca aberta. Em uma das partes, existe um lugar em que os mais aventureiros podem saltar a 11 metros de altura, direto no mar. E o pôr do sol? Realmente vale a pena aguardar. Com uma vista sem nenhuma barreira, conseguimos ver o sol se pôr no oceano de uma forma linda e quando você acha que acabou, nesse exato instante, começa a tocar uma banda de reggae e você se da conta de como está adorando a Jamaica.
Rick's Café em 3 momentos: aventura, relax e encanto |
DIA 5
Acordamos cedo e demos um passeio na Seven Miles Beach (praia principal de Negril), a água é super clarinha. Ela possui bares na orla, várias lojinhas de souvenir, ótima para bater perna! Infelizmente, tivemos que partir cedo, pois tínhamos que ir para Black River conhecer o Pelican Bar e depois para Kingston, nosso vôo era no dia seguinte cedinho.
Depois de uns 20 minutos de barco, chegamos ao bar. O Pelican é incrível, com a fachada rústica, toda feita de madeira e a água em volta verdinha clara! Dentro do bar, os turistas levam lembranças de seus países e penduram na estrutura (lembre-se: se for para Jamaica, levar uma bandeira, blusa ou qualquer coisa do Brasil ou do seu time favorito). Nós bebemos uma cervejinha e mergulhamos no mar, por sorte recebemos a dica da bandeira e levamos uma camisa do Brasil e o Gui a bandeira do Palmeiras. Esse passeio é maravilhoso, não pode deixar de ir mesmo, pagamos USD 50 o casal para ir e voltar do bar.
Finalmente, voltamos para Kingston para pegar nosso vôo de volta para o Brasil. O que podemos dizer depois desses dias na Jamaica é que o lugar é apaixonante e deveria ser conhecido por todos que apreciam viajar.
Pelican Bar: a principal atração de Black River fechou com chave de ouro a trip da Di |
DICAS EXTRAS
Como tínhamos o tempo um pouco limitado, tivemos que optar por algumas atrações em detrimento de outras. Vamos colocar abaixo quais são essas atrações e qual seria a sugestão de um roteiro perfeito, onde pode-se conhecer tudo da Jamaica com menor tempo e desgaste possível:
1) Em Ocho Rios, optamos por não ir ao Dolphin Cove, um parque onde o foco é nado com os golfinhos, mas fica a dica para quem quiser curtir essa emoção. Fica bem perto da Dunn’s River Falls e é parada dos grandes cruzeiros que passam pela ilha.
2) Outra atividade que não fizemos foi o mergulho em Negril. Suas águas cristalinas fazem com que os mergulhadores se encantem. Caso você já tenha o batismo, são apenas USD 40 por pessoa.
3) Internacionalmente conhecida como terra da maconha, é possível também fazer um passeio nos campos de maconha ou Marijuana Fields. Apesar da fama, a droga não é permitida no país. Sendo assim, para ir ao passeio, é necessário perguntar para algum guia que fica no hotel. Eles podem indicar alguém de confiança para que tudo seja bem seguro. Trata-se de um passeio caro.
4) Você verá que o rum é uma bebida local e que os jamaicanos apreciam bastante. Uma dica para quem gosta de conhecer de onde vem os costumes dos nativos é fazer o Tour do Rum, ou Appleton Estate Rum Tour. Nele você conhece onde são produzidos e seus processos de produção, além de provar a bebida. É um passeio que dura o dia inteiro, pois fica em Nassau Valley, St. Elizabeth.
5) Por fim, existem duas cachoeiras que também podem ser visitadas na ilha, sendo elas YS Falls, também em St. Elizabeth, e Mayfield Falls, essa em local mais distante, entre Negril e St Elizabeth.
Sugestão de Roteiro:
Chegada por Montego Bay
2 noites em Negril
1 noite em Ocho Rios
1 noite em Port Antonio
1 noite em Ocho Rios
Saída por Kingston
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